Muitos profissionais da área da saúde pensam em abrir uma sociedade médica para dividir custos, compartilhar estrutura e crescer junto com outros colegas de profissão.
De fato, esse modelo pode trazer vantagens financeiras, tributárias e operacionais, mas também exige atenção a diversos detalhes jurídicos e administrativos. Antes de tomar essa decisão, vale entender o que realmente está em jogo.
1. Compatibilidade profissional e ética
O primeiro ponto — e talvez o mais importante — é a afinidade entre os sócios.
Mais do que amizade, é preciso alinhamento de valores, ética profissional e visão de futuro.
Os médicos devem ter clareza sobre o estilo de atendimento, o público que desejam atingir e o tipo de estrutura que querem construir juntos. Diferenças nesses pontos podem gerar conflitos de gestão e decisões divergentes no dia a dia.
2. Planejamento tributário: a sociedade pode reduzir impostos
Do ponto de vista financeiro, uma sociedade médica bem estruturada pode gerar grande economia tributária.
Quando o profissional atua como Pessoa Jurídica (PJ) dentro de uma sociedade, é possível escolher o regime tributário mais vantajoso — geralmente o Simples Nacional ou Lucro Presumido — dependendo do faturamento e da atividade exercida.
Em muitos casos, os impostos pagos são menores do que na atuação como autônomo (pessoa física), o que aumenta o lucro líquido e o poder de investimento do consultório.
Mas atenção: cada caso é único. É fundamental que um contador especializado em contabilidade para médicos faça as simulações antes da abertura da empresa.
3. Contrato social bem definido
O contrato social é o documento que formaliza a sociedade — e deve ser feito com o máximo de clareza.
Nele, precisam constar:
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Funções e responsabilidades de cada sócio;
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Critérios de entrada e saída de novos médicos;
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Percentual de participação nos lucros;
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Regras para tomada de decisões e dissolução da sociedade.
Um contrato bem redigido é essencial para evitar conflitos e garantir segurança jurídica em todas as fases do negócio.
4. Gestão compartilhada e transparência financeira
Sociedades exigem organização e transparência.
Ter um controle financeiro estruturado, com apoio de uma contabilidade médica, é essencial para acompanhar receitas, despesas, pró-labore e distribuição de lucros de forma correta.
Além disso, uma gestão contábil eficiente ajuda a manter o cumprimento das obrigações fiscais e a evitar problemas com o fisco.
5. Investimento conjunto e crescimento sustentável
Ao unir forças, os médicos podem dividir custos fixos — como aluguel, equipamentos, recepção e equipe administrativa — e ainda investir em uma estrutura mais completa, oferecendo mais conforto aos pacientes e ampliando o portfólio de serviços.
No entanto, é importante que todas as decisões financeiras sejam tomadas de forma conjunta e planejada, com base em dados e acompanhamento contábil.
A sociedade médica pode ser o próximo passo da sua carreira
Ter uma sociedade médica pode, sim, ser uma excelente estratégia de crescimento — desde que construída com planejamento, alinhamento e suporte profissional.
Com o acompanhamento de uma contabilidade especializada em médicos, é possível montar a estrutura societária ideal, garantir economia tributária e evitar dores de cabeça futuras.